Diabetes tipo 2: o que precisas de saber
A diabetes mellitus é uma doença crónica que acontece quando o pâncreas não produz insulina (hormona reguladora de açúcar no sangue) suficiente, ou quando o corpo não pode utilizar eficazmente a insulina que produz. O que se traduz num aumento de glicose (açúcar) no sangue (hiperglicemia)1. Atualmente, estima-se que esta condição afete cerca de 537 milhões de adultos (com idades entre 20 e 79 anos) por todo o mundo – 10,5% da população - e o número tem vindo a crescer, tornando-a num problema de saúde pública2. Em Portugal estima-se que cerca de 14,1%, isto é, cerca de 1,1 milhões de portugueses tem Diabetes3.
Fica a conhecer os fatores de riscos, os sintomas a ter em atenção, e as formas de prevenção e tratamento.
O que é a diabetes tipo 2?
Os tipo de diabetes mais comuns são: tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional4. Na diabetes tipo 1, o pâncreas deixa de conseguir produzir insulina. Já no tipo 2, essa produção de insulina ainda pode acontecer, mas as células do organismo deixam de lhe responder adequadamente (uma condição chamada de resistência à insulina) 5. Quando este processo é comprometido, a glicose acumula-se no sangue, com consequências para diferentes sistemas do nosso corpo.
Como identificar/sintomas
Os sintomas de diabetes tipo 2 costumam aparecer de forma gradual – muitas pessoas vivem durante anos com a doença sem que o saibam3. Inicialmente, na fase de pré-diabetes, é possível que os doentes apresentem até níveis de insulina superiores ao normal, com o pâncreas a tentar compensar a resistência das células4. No entanto, o pâncreas deixa eventualmente de conseguir fazer eficazmente esta compensação, e instala-se a doença.
Alguns dos sintomas mais comuns incluem6:
- sede excessiva (polidipsia), que não desaparece com hidratação;
- necessidade frequente de urinar (poliúria), especialmente à noite;
- fome excessiva (polifagia), já que as células são incapazes de absorver a glicose para a transformar em energia;
Outros sintomas são6:
- fadiga persistente
- embaçamento da visão ou pontos flutuantes, quando a glicose no sangue afeta os vasos sanguíneos dos olhos;
- cicatrização lenta de feridas;
- infeções frequentes;
- aumento do apetite, mesmo depois de comer;
- dormência nas mãos e nos pés.
Possíveis causas para a diabetes tipo 2
Os fatores genéticos têm uma grande preponderância no risco de desenvolver diabetes tipo 2. Há, contudo, outros fatores – maioritariamente associados ao estilo de vida – com um papel determinante, e que explicam o aumento no número de novos casos da doença.
Estes fatores de risco incluem6:
- a obesidade e o excesso de peso, principalmente quando a gordura se encontra acumulada na região abdominal;
- o sedentarismo, já que a falta de exercício regular está associada à resistência à insulina;
- uma alimentação pouco saudável, com consumo excessivo de alimentos processados, gorduras saturadas e açúcares adicionados;
- a idade, associada ao referido histórico familiar, dado que a doença costuma manifestar-se com maior incidência após os 35 anos.
É importante ter presente, no entanto, que embora a diabetes tipo 2 seja associada a uma apresentação “adulta” de diabetes, pode igualmente ocorrer na infância e na adolescência. O diagnóstico é cada vez mais frequente em pessoas mais novas, em parte como resultado da crescente incidência da obesidade, associada a um estilo de vida pouco saudável.
Como tratar
Não há cura para a diabetes tipo 2. O tratamento, tal como para as outras formas de diabetes, procura controlar os níveis de glicose no sangue, prevenindo complicações a longo prazo. As possíveis abordagens de tratamento começam pelas mudanças no estilo de vida, incluindo 5:
- adoção de uma alimentação mais saudável, rica em hidratos de carbono complexos (cereais integrais, leguminosas), fibras, proteínas magras e gorduras saudáveis (azeite, peixes gordos, frutos oleaginosos);
- prática de exercício regular, com vista à perda de peso.
Muitas vezes, estas mudanças são suficientes para melhorar a sensibilidade à insulina e controlar a glicose no sangue. Em alguns casos, contudo, é necessário recorrer à suplementação alimentar, medicação oral, ou mesmo à terapia com insulina, por via de injeções7.
É importante fazer uma monitorização regular dos níveis de glicose, e manter um acompanhamento médico regular, que permita adequar o tratamento ao perfil de cada indivíduo. A gestão eficaz da doença é perfeitamente possível! Além de melhorar a qualidade de vida , é também essencial para prevenir o aparecimento de consequências graves, que podem incluir doenças cardíacas e renais, lesões oculares, neuropatia, problemas de pele, entre outros7.
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