Fome Emocional: A Batalha das Emoções vs Alimentação
Será que tens fome emocional ou fisiológica?
A distinção é simples, mas importante. A fome fisiológica ocorre quando o teu corpo precisa realmente de energia e nutrientes para funcionar de forma adequada. É provável que tenham passado algumas horas desde a última refeição e que as tuas reservas estejam em baixo.
Já a fome emocional, também chamada de fome psicológica, corresponde a um desejo intenso de comer que não resulta de necessidade energética. É uma resposta a estados emocionais específicos: stress, ansiedade, tédio, solidão ou tristeza. Nestes casos, a comida é muitas vezes usada, de forma inconsciente, para preencher um vazio emocional. A fome emocional pode também ser agravada por flutuações hormonais, principalmente nas mulheres (fase pré-menstrual/menstrual).
Esta tabela ajuda-te a perceber melhor as diferenças entre os dois principais tipos de fome.
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Fome emocional |
Fome fisiológica |
Origem |
Frequentemente desencadeada por eventos emocionais |
Surge progressivamente à medida que o corpo precisa de energia |
Aparecimento |
Repentino |
Gradual |
Localização |
Desejo geral de conforto, e não uma sensação física específica |
Estômago, podendo ser acompanhada por sinais físicos de fome, como ruídos no estômago |
Consequências |
Agravamento dos estados emocionais |
Fraqueza física, dor de cabeça, náusea |
Especificidade |
Seletiva, com preferência por alimentos específicos, comidas de conforto ou alimentos hiperpalatáveis, ricos em açúcar, gordura ou hidratos de carbono |
Não seletiva, podendo ser satisfeita por qualquer tipo de alimento |
Controlo |
Difícil |
Fácil |
Sensação final |
Culpa após ingestão |
Satisfação, sem culpa após ingestão |
Estratégias para gerir a fome emocional
Existem diferentes estratégias que podes colocar em prática para gerir eficazmente a fome emocional.
Autoconhecimento
As práticas de autoconsciência ajudam-te a identificar gatilhos e a perceber quando estás a comer por motivos puramente emocionais. Antes de cederes à fome, respira fundo e pergunta-te: estou com fome agora? Como me estou a sentir? O poder de decisão reside na compreensão do teu estado emocional - sentimentos de tristeza, cansaço, stress, ansiedade – e quais as respostas que o teu corpo pede. Se estiveres consciente de que, por exemplo, gostas de comer chocolates para te sentires melhor durante uma crise de ansiedade, estarás também capacitado para escolher outras alternativas mais saudáveis e até mais eficazes de gestão emocional.
Gestão emocional
Que estratégias saudáveis podes adotar para gerir emoções sem precisar de comida? As possibilidades são inúmeras: dar uma corrida ou um passeio, ouvir música, meditar, conversar com amigos, ou qualquer outra atividade de que gostes e que te faça sentir bem. As alternativas que envolvem movimento físico são particularmente interessantes, uma vez que a atividade física – tal como a comida – promove a produção das hormonas associadas ao bem-estar (serotonina, dopamina e endorfinas). Depois de estabeleceres alguns hábitos, o autocontrolo ficará cada vez mais fácil.
Manter uma rotina alimentar
Respeitar uma rotina regular de refeições equilibradas ajuda a evitar a fome excessiva, prevenindo exageros e vulnerabilidade à fome emocional. Estabelece um plano alimentar adequado às tuas necessidades, que podes desenhar com a ajuda de um(a) Nutricionista.
Monitorizar a fome
Pontualmente, escolhe um dia para supervisionar a tua sensação de fome. Antes, durante, e depois de uma refeição presta atenção à tua sensação de saciedade e faz o registo do grau de fome (com recurso à escala de fome). Isto permite que tenhas uma noção dos teus níveis normais de fome, contribui para manteres a regularidade das refeições, e ajuda-te a distinguir entre fome fisiológica e fome emocional. Nos momentos de tensão, terás uma perceção mais clara de que a fome que sentes não responde a uma necessidade do teu corpo.
Registo alimentar
Manter um diário alimentar permite ganhar consciência do que realmente comes ao longo do dia. Faz este registo próximo das refeições, para que não te esqueças do que vais comendo, e tenta compreender os teus padrões alimentares. Isto é útil para perceberes quando um desequilíbrio emocional está a provocar um desvio dos padrões alimentares habituais, e permite-te implementar mudanças que favoreçam a saúde e o bem-estar.
Ter alternativas saudáveis disponíveis
Durante os episódios de fome emocional, é importante ter à mão alimentos saudáveis e que possam substituir as “comidas de conforto”. Os alimentos ricos em fibras (cereais integrais, vegetais, frutas) e proteína (carne, peixe, ovos, produtos lácteos) promovem a saciedade de forma mais eficiente, ajudando a evitar um descontrolo hipercalórico.
Ajuda profissional
Se tens tido dificuldade em controlar a fome emocional e sentes que a tua qualidade de vida está a ser afetada, procura a ajuda de um profissional de saúde, como um nutricionista ou psicólogo. Há diferentes estratégias personalizadas para lidar com este problema, que te ajudarão a viver uma vida mais tranquila, saudável e livre de culpa.
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1 comentário
Diana
Este artigo é excelente! Obrigada pela partilha ! A fome emocional existe, e sem reconhece-la será difícil não alimenta-la/mudar o comportamento. Muito obrigada !!