Alimentação Sustentável: O Que É e 5 vantagens
Se pensares na palavra “sustentabilidade”, provavelmente, vais lembrar-te de ações como a reciclagem, a poupança de água, ou o uso de veículos elétricos. Estes são apenas alguns exemplos e, atenção, são mais do que válidos! Mas a sustentabilidade é muito mais do que isso e começa, desde logo, na nossa alimentação.
A importância do que decidimos colocar no prato resume-se numa expressão: alimentação sustentável. Neste artigo, vais conhecer melhor este conceito e vais perceber as 5 razões que explicam a relevância crescente da alimentação sustentável, não apenas na tua saúde, mas na do planeta também.
O que é a Alimentação Sustentável?
É uma pergunta muito clara e a resposta também é direta, mas, antes, importa partilhar algum contexto (prometemos-te que vai valer a pena!). Vamos viajar no tempo e regressar à tua infância.
Desde criança, conheces as boas práticas: reduzir o consumo de água, poupar energia elétrica, separar o lixo e diminuir o uso de plástico, por exemplo. Estas medidas aprendem-se na escola primária e, garantidamente, estão bem presentes na tua cabeça. Os meios de comunicação também ajudam a despertar a tua memória e recordam-te de algumas palavras-chave cada vez mais usadas: “energias renováveis”, “mobilidade elétrica”, ou “iluminação LED”.
A informação sobre ecologia e ambiente é abundante e, de novo, nós sabemos que conhecerás os bons comportamentos a adotar. A questão que importa colocar é: já olhaste para o teu prato? Esta pergunta não surge por acaso. Um dos grandes pilares da sustentabilidade diz também respeito a uma das nossas necessidades mais básicas: a alimentação[1]. E as razões não são as melhores.
Hoje, uma parte muito considerável das emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE) resulta do nosso sistema alimentar. Por outras palavras, o modo como nós produzimos, consumimos e distribuímos os nossos alimentos está a prejudicar o ambiente. Há três grandes motivos que explicam este problema[2] [3]:
- Más práticas agrícolas: a produção de gado, em específico, tem um impacto ambiental muito negativo. A carne e o leite de vaca, por exemplo, são responsáveis pela maior fatia de emissões de GEE na pecuária. Por outro lado, o uso de pesticidas e de fertilizantes resulta na degradação dos solos, na poluição da água e na perda de biodiversidade.
- Longos circuitos de distribuição dos alimentos: até chegarem a nossa casa ou às prateleiras dos supermercados, muitos alimentos viajam centenas ou milhares de quilómetros. Este transporte implica a libertação de quantidades enormes de CO2 para a atmosfera e traduz-se em custos elevados com a utilização de energia e combustível.
- Desperdício alimentar: lamentavelmente, ainda é uma realidade. Na União Europeia, por exemplo, restaurantes e retalhistas (como os supermercados) são responsáveis, em conjunto, por 17% do desperdício alimentar. O número torna-se ainda mais preocupante quando falamos do setor residencial: é fonte de 52% de todo o desperdício também na UE.
Esta realidade ajudar-te-á a compreender melhor o significado de alimentação (in)sustentável. A verdade é que nem precisamos de ir tão longe. Há um aspeto que te diz ainda mais respeito: a tua saúde. O consumo ainda elevado de carne vermelha, açúcares, sal e gorduras está entre as maiores causas de doenças cardiovasculares e é um fator de risco para o desenvolvimento de cancro[4].
Neste momento, até podes estar a respirar de alívio por adotares, potencialmente, uma alimentação equilibrada, como é o caso da alimentação vegetariana ou mediterrânica. Queremos, ainda assim, insistir no conceito da alimentação sustentável. Um prato de hortícolas frescos, já se sabe, é benéfico para a saúde. E se os vegetais forem cultivados com práticas agrícolas inorgânicas, ou intensivas? Nesse caso, a realidade será outra e já não estaremos perante alimentos sustentáveis.
Queremos apenas mostrar-te o quão multifacetada é esta noção de sustentabilidade alimentar. Aliás, há outro “prato” importante nesta balança. Como se explica que, por um lado, haja uma parte considerável da população mundial a sofrer de obesidade e, por outro, haja regiões onde imperam a fome e a desnutrição? Este critério, o da justiça socioeconómica, também conta quando se fala em alimentação sustentável.
Como vês, este conceito é muito abrangente, mas vamos sintetizar tudo o que partilhamos para ficares com uma ideia ainda mais clara. Ora, a alimentação sustentável é aquela que:
- Respeita o ambiente, os animais, os produtores e os consumidores;
- Preserva recursos naturais, ecossistemas e a biodiversidade;
- Permite combater o desperdício;
- Potencia a saúde e o bem-estar;
- Contribui para a segurança alimentar e nutricional das populações;
- É economicamente justa e viável;
- É culturalmente aceite e acessível.
A importância da Alimentação Sustentável: 5 vantagens
A definição de alimentação sustentável abrange, como podes perceber, um conjunto de vantagens – quer para a saúde da população, quer para a do nosso planeta. Assim, voltamos a fazer um exercício de síntese e partilhamos contigo os 5 grandes benefícios que os alimentos sustentáveis oferecem.
1. Impacto ambiental reduzido
A alimentação sustentável permite reduzir significativamente a emissão de GEE decorrente das más práticas agrícolas e do transporte, de longa distância, dos alimentos. De igual modo, contribui para a redução do consumo de água e de energia. Estes benefícios alcançam-se, sobretudo, quando se opta por comprar alimentos locais e sazonais.
2. Preservação da biodiversidade
Ao implicar a prática de atividades agrícolas responsáveis, a alimentação sustentável ajuda a preservar a saúde dos solos e a qualidade da água. Protegem-se, desta forma, a fauna e a flora; e respeitam-se os ecossistemas naturais.
3. Promoção da saúde
A nossa saúde também ganha. A aposta numa alimentação vegan, vegetariana ou mediterrânica, por exemplo, a par do consumo de produtos biológicos, contribui para a prevenção de várias doenças crónicas, como a diabetes, a obesidade, e o cancro; evita o aparecimento de problemas cardíacos; e favorece o teu bem-estar intestinal.
4. Maior segurança alimentar
A alimentação sustentável significa também o acesso universal a produtos mais seguros, nutritivos e de qualidade. Com uma aposta firme na agricultura local e na redução do desperdício alimentar, em particular, construímos comunidades mais resilientes e promovemos um sistema alimentar seguro.
5. Justiça social e económica
O consumo sustentável valoriza o trabalho de produtores locais e das comunidades rurais. Esta prática garante a subsistência destes pequenos agricultores e fomenta o desenvolvimento rural, o que se traduz numa redução de desigualdades sociais e num fortalecimento das relações entre produtores e consumidores. Constrói-se, desta forma, uma sociedade mais justa e equitativa; e uma economia sustentável também.
Começa agora a lutar por um sistema alimentar sustentável
Ao conheceres melhor o conceito de alimentação sustentável, deste o primeiro passo para adotar um consumo sustentável, responsável e mais consciente. Mais do que nutrir o teu corpo, os alimentos sustentáveis estão também a suprir o futuro do planeta e das próximas gerações.
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