Tudo sobre a anemia
Sofre de algum tipo de anemia? Neste artigo explicamos o que é a anemia, quais as causas, os sintomas e o que fazer ao nível da prevenção.
A anemia é uma situação clínica em que o conteúdo de hemoglobina no sangue diminui para valores inferiores aos considerados normais para a idade, sexo, etapa de crescimento ou para uma situação de gravidez1.
No nosso sangue há três tipos fundamentais de células: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, e plaquetas. Os glóbulos vermelhos contêm hemoglobina, que é responsável por transportar o oxigénio desde os pulmões para todo o corpo (e, no sentido inverso, por levar o dióxido de carbono até aos pulmões, onde é eliminado). Na presença de insuficientes glóbulos vermelhos para que o oxigénio seja distribuído de forma eficaz, podemos desenvolver diversos sintomas2,3.
Quais as causas da anemia?
A anemia pode ser causada por vários fatores2:
- Deficiências nutricionais, causadas por hábitos alimentares inadequados ou pela absorção deficitária de nutrientes. A causa nutricional mais comum da anemia é a deficiência de ferro4, embora as deficiências de folato, vitamina B12 e vitamina A também sejam causas importantes;
- Infeções (por exemplo: malária, infeções parasitárias, tuberculose, HIV);
- Inflamação;
- Doenças crónicas;
- Condições ginecológicas e obstétricas;
- Distúrbios hereditários dos glóbulos vermelhos.
Quais são os sintomas que podem levar a detetar uma anemia?
A diminuição progressiva do nível de hemoglobina e de eritrócitos no sangue provoca um agravamento nos sinais e nos sintomas da anemia, o que se pode refletir em:
- Fadiga e falta de força
- Palidez
- Dor de cabeça, irritabilidade, alterações do sono
- Tonturas
- Dificuldade de concentração
- Depressão
- Tensão arterial baixa, desmaio
- Unhas quebradiças
- Falta de apetite
- Ritmo cardíaco acelerado (taquicardia)
O que fazer ao nível da prevenção?
Para a prevenção da anemia é crucial adotar uma alimentação completa e equilibrada, bem como um estilo de vida globalmente saudável1. Além disso, é importante realizar analises clínicas regulares de forma a verificar os valores sanguíneos: caso haja uma descida abaixo dos valores ideais, a intervenção rápida prevenirá a ocorrência de anemias mais severas. Nesta avaliação, também pode ser relevante incluir valores de ferro, ferritina, transferrina, saturação da transferrina, ácido fólico e vitamina B12 (cianocobalamina).
O puzzle da biodisponibilidade do ferro
Na nutrição funcional, pensamos em toda a rede nutricional que pode estar envolvida no desenvolvimento de uma anemia.
Quais são os micronutrientes que podem contribuir para a prevenção e/ou tratamento da anemia por défice de ferro?
- Em primeiro lugar está o próprio ferro, responsável pelo transporte do oxigénio pela hemoglobina5. As suas principais fontes alimentares são vísceras (fígado, por exemplo), carnes vermelhas, leguminosas, sementes de abóbora e alguns cereais6. A microbiota intestinal pode facilitar a absorção de ferro.
- A vitamina B2 (riboflavina) tem um papel fundamental na absorção e no armazenamento do ferro. A deficiência de riboflavina pode estar associada à anemia hipocrómica microcítica, como resultado da diminuída absorção de ferro5. Entre as fontes alimentares mais importantes incluem-se o leite e as vísceras6.
- A vitamina A participa na mobilização das nossas reservas de ferro5. Em investigações mais recentes, alguns autores apontam também para a relação entre o défice de vitamina A e uma insuficiente absorção de ferro5. As fontes alimentares mais ricas em vitamina A são o fígado, a cenoura e a batata doce6.
- A vitamina C aumenta a biodisponibilidade do ferro não heme presente nos alimentos, influenciando também o transporte e o armazenamento de ferro no organismo5. Goiaba, couve-galega, pimento, quivi e papaia são alguns dos alimentos mais ricos em vitamina C.
- A deficiência em vitamina B12, bem como em folato, é uma causa importante de anemia megaloblástica. As principalmente fontes alimentares de B12 são fígado, amêijoas, ostras e carne vermelha – motivo pelo qual esta anemia é mais frequente em vegetarianos e veganos, para quem a suplementação é fundamental5.
- Também o cobre ativa as cuproenzimas, necessárias à respiração celular e ao transporte de ferro5, e encontra-se em alimentos como o fígado, mexilhões, ostras, cereais integrais, nozes e chocolate5.
- Em contrapartida, o cálcio tem um efeito inibitório na absorção do ferro, podendo agravar a anemia por deficiência de ferro5. Nestes casos, é recomendável evitar alimentos mais ricos em cálcio, como leite e derivados, a par da suplementação de ferro.
A suplementação e a anemia
Em algumas fases da nossa vida teremos maior necessidade de ferro e o consumo alimentar pode não ser suficiente. Nestas alturas, é importante recorrer à suplementação, de acordo com as recomendações de um profissional de saúde1.
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